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sexta-feira, 18 de setembro de 2015

MERCADANTE: AGORA FICA NA CASA CIVIL.

A presidente Dilma Rousseff cancelou a viagem programada para esta sexta-feira (18) para Belo Horizonte para se dedicar ao novo desenho administrativo do governo. No esboço, a atual composição do Palácio do Planalto deve ser alterada. A dúvida que ainda persiste na sede do Executivo é qual será o papel do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) no primeiro escalão.
Na última quarta-feira (16), Dilma cogitou substituí-lo, mas, diante da possibilidade de a ministra Kátia Abreu ser deslocada da Agricultura para a Casa Civil, o próprio PT – que vinha pressionando pela saída de Mercadante do cargo – se uniu em torno do ministro.
A possibilidade que existe agora é de que Mercadante permaneça na chefia da Casa Civil para cuidar exclusivamente da parte administrativa do governo, sem se envolver com a articulação política.
Neste formato, a interlocução entre o governo e o Congresso Nacional ficará a cargo do ministro Ricardo Berzoini, que deverá ser transferido das Comunicações para a Secretaria-Geral. O atual titular da pasta, Miguel Rossetto, deve deixar o governo.
Na noite desta quinta (17), Dilma tratou dessas mudanças com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em uma conversa no Palácio da Alvorada. No encontro, ela reafirmou ao padrinho político sua confiança no chefe da Casa Civil. Lula era um dos petistas que pressionavam pela troca no comando da pasta.
Depois de ouvir os argumentos de Dilma, o ex-presidente se reuniu na manhã desta sexta com Mercadante. A princípio, o ministro deve permanecer no cargo. O próprio chefe da Casa Civil pode decidir sair ou ficar.
Além de tratar da situação de Mercadante no governo, Lula contou a interlocutores do PT que transmitiu à presidente da República mudar o tema do debate do governo, que, na avaliação dele, está restrito ao ajuste fiscal.
No entanto, o ex-presidente tem consciência de que, se ele fizer oposição aberta às medidas propostas pelo governo para tentar reequilibrar a economia, enfraquecerá a administração da afilhada política. Por esse motivo, ele decidiu fazer uma inflexão, passando a defender o pacote do Executivo, que prevê, entre outros pontos, o retorno da CPMF.
Lula é um dos principais defensores da volta do "imposto do cheque". Ele nunca engoliu a derrota que sofreu no Senado, em 2007, quando a CPMF foi extinta.


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