Em entrevista ao GLOBO, candidata do PSB disse que corrupção na Petrobras ameaça exploração do pré-sal.
Disputando a reeleição, a presidente Dilma Rousseff chamou, nesta quinta-feira, a candidata do PSB, Marina Silva, de "leviana e inconsequente" pelas acusações de que o governo seria conivente com a corrupção na Petrobras, feitas na sabatina do GLOBO. A presidente lembrou que sua adversária construiu sua carreira política no PT e fez parte da gestão do ex-presidente Lula. Dilma disse ainda que, ao ser confrontada no debate político, Marina reage como "vítima" e ironizou as mudanças de opinião de sua adversária.
— A militância do PT e a história do PT foram fundamentais para a candidata chegar onde chegou. Uma frase dessas mostra uma posição extremamente leviana e inconsequente.
Na sabatina do GLOBO, nesta quinta-feira, Marina afirmou que o que está ameaçando a exploração do pré-sal é a corrupção na Petrobras, e não suas propostas de governo, e fez referência à delação premiada em curso do ex-diretor de abastecimento da empresa, Paulo Roberto Costa:
— As pessoas não podem confiar em um partido que coloca por 12 anos uma pessoa para assaltar os cofres da Petrobras — disse a candidata do PSB.
Dilma defendeu a ofensiva que tem feito de desconstrução de Marina, explorando principalmente a proposta da adversária de autonomia do Banco Central e a perda de relevância, expressa em seu programa de governo, do pré-sal, o que a candidata do PSB tem negado:
— Cada vez que a gente abre o debate com a candidata Marina, ela reage como vítima.
A presidente criticou as mudanças de opinião de Marina. O caso mais marcante foi a defesa da união civil de pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia, que estavam em seu programa de governo, mas foram modificados depois que o pastor Silas Malafaia fez críticas no Twitter:
— Mudar de posição de cinco em cinco minutos não é sério. Um presidente da República sofre uma quantidade de pressão muito grande. Um presidente da República não pode ser leviano ou temer qualquer twitter que se faça contra ele. Espero que a candidata Marina não mude agora de posição quanto à autonomia do Banco Central. Se mudou quanto ao pré-sal, eu acho que não muito convincentemente.
Questionada sobre a mudança de posição do PT em relação à educadora Neca Setubal, herdeira do banco Itaú e uma das coordenadoras da campanha de Marina, Dilma respondeu que quem mudou de atitude foi ela. Neca colaborou com o programa de governo do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), mas agora tem sido usada pela campanha de Dilma como símbolo da suposta defesa, por Marina, dos interesses dos banqueiros.
— Mudou porque ela está se comportando como banqueira. Na medida que sou herdeira do banco Itaú e defendo uma política que beneficia claramente os bancos, que é a política de independência do Banco Central, de redução do papel dos bancos públicos, eu estou fazendo papel de banqueira. Não estou falando sobre educação nem sobre criança nem sobre creche. Não dá para vestir as duas roupas, ou é uma ou é outra, ou é a verdadeira ou é a fantasia.
Fonte: Fernanda Krakovics/http://oglobo.globo.com/
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