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domingo, 20 de julho de 2014

O BRASIL VENCEU A COPA.

Sim, o Brasil venceu a Copa do Mundo de 2014. Para chegar a essa conclusão é suficiente recordar o prenuncio na imprensa internacional de desastres sociais no Brasil durante a Copa. O tom apocalíptico somente resistiu, até a solenidade de instalação no Itaquerão, em São Paulo. Daí por diante, o povo brasileiro se encarregou de desmentir. A imprensa estrangeira para denegrir o Brasil usou até a escassez de água em São Paulo, altas temperaturas da Amazônia e as consequências para os jogadores europeus, sugerindo cancelamentos de turistas e jogos agendados em Manaus.
Em maio, o “New York Times” lançou vídeo, com cenas patéticas sobre a violência no Rio de Janeiro dias antes da Copa, colocando em xeque a insegurança da cidade, em tom crítico e alarmista. Tudo divulgado como se em Nova York, por exemplo, não existisse violência urbana.
As embaixadas dos Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e Austrália enviaram guias sobre o Brasil para os seus cidadãos que viajassem para o evento, dando “dicas” de como “sobreviver” no país tropical. As orientações chegaram ao absurdo de alertar explosões em bueiros.
A imprensa inglesa foi a mais violenta nas críticas ao Brasil. Atacou com virulência a cidade de Manaus, onde a Inglaterra iria estrear no Mundial contra a Itália. O técnico Roy Hodgson não queria trazer a equipe de jeito nenhum. O jornal “Daily Mail” criou também um guia fazendo referência aos cuidados com animais, doenças como raiva canina e dengue, cobras, escorpiões, macacos, morcegos e tarântulas encontradas com facilidade nas ruas da cidade.
O jornal francês “Le Monde” liderou o pedido de desculpas ao povo brasileiro, com uma manchete destacando o “milagre brasileiro”, que assegurou paz e sucesso inigualável à Copa de 2014. Reconheceu que a catástrofe anunciada não aconteceu. O “New York Times” fez também o seu “mea culpa” ao registrar euforia e aplausos à organização do torneio.
O correspondente de jornal norte-americano Sam Borden mostrou-se surpreso com a condição dos estádios, alguns agredidos com chuvas excepcionalmente fortes, tendo sido comprovada a qualidade dos sistemas de drenagem. Isso aconteceu nas arenas de Natal e Salvador. Os estádios recém-inaugurados receberam um público de quase 3 milhões e 500 mil torcedores, nos 64 jogos da competição, a segunda maior audiência da história, atrás apenas da Copa de 94, nos Estados Unidos.
O traço marcante foi a generosidade, fraternidade e o espírito humano dos brasileiros ao recepcionarem os visitantes. Nesse particular merece exaltação os voluntários, que trabalharam durante a Copa, sem remuneração e com dedicação. Aliás, é uma oportunidade para os governos despertarem e implantarem programas de Voluntários em cidades e estados. A ONU desde 1971 tem um programa de voluntariado que contribui para programas globais de desenvolvimento. Esse programa atua em mais de 150 países e é coordenado pelos escritórios do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O presidente da FIFA concedeu à edição brasileira da Copa a excelente nota 9.25 e justificou com a expressão de que “a perfeição não existe”.
Do ponto de vista político, a Copa também revelou maturidade do país. A presidente Dilma e o seu ministro Aldo Rebelo dos Esportes tiveram atuação satisfatória e fizeram o que estava ao alcance, para contornar as dificuldades. Até adversários do governo, como Aécio Neves e Eduardo Campos, agiram com sensatez, desaconselhando vaias à Presidente em ambientes públicos e rejeitando agitações sociais.
A seleção perdeu feio. Ratifico que não se pode culpar ninguém. Tudo foi consequência da atual organização do futebol brasileiro, com o vedetismo cedendo lugar à eficiência em campo; a exportação em massa de jogadores, em troco de milhões de euros, com indícios até de evasões fiscais ilegais; a falta de investimento em atletas jovens; a falta de controle nos gastos dos clubes; o individualismo cedendo lugar à atuação em equipe.
O futebol brasileiro precisa iniciar um novo ciclo, sem caça às bruxas. Apenas, com a consciência dos erros cometidos. Não há necessidade de copiar nenhum país no futuro. Temos que agir como o povo agiu em 2014 e o país se tornou campeão de organização e hospitalidade. A seleção decepcionou e perdeu em campo. Fora de campo, o Brasil venceu a Copa!


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