Cerca de metade dos alunos da Unidade Escolar Marcos Parente, localizada na cidade de Redenção do Gurguéia (a 641km de Teresina), estão assistindo aulas no chão por falta de carteiras na escola. A situação se estende pelos últimos 5 anos, segundo a diretoria da escola, que atende 287 estudantes.
Para diminuir o número de alunos estudando no chão, a direção faz rodízio de cadeiras usadas durante a hora da merenda.
"Quando chega a hora do lanche, colocamos as cadeiras num espaço perto da cantina, que fica colado com os banheiros. Quando as aulas retornam, colocamos de volta as cadeiras na sala, mas mesmo assim elas são inadequadas, pois os alunos ficam sem ter apoio para colocar os cadernos", contou Ângela Guerra, diretora da escola.
A secretaria estadual de Educação do Piauí respondeu, por meio de nota, que não tinha conhecimento da precariedade da situação dos alunos e que tomaria providências ainda na sexta-feira quando foi contatada pela reportagem do UOL.
Falta de estrutura
A falta de carteiras não é o único problema da escola. Segundo a direção, os alunos se alimentam num espaço junto da porta dos banheiros. "A escola possui 50 anos e desde que foi fundada a estrutura é a mesma. O prédio é pequeno e não tem como atender as necessidades atuais. Estamos usando o mesmo banheiro das crianças porque tivemos de desativar o banheiro dos professores para colocar as máquinas de xerox", contou a diretora.
Guerra relatou que a escola necessita da construção de mais duas salas de aula, espaço para biblioteca – a atual está amontoada de livros -, além da cobertura de um espaço de terra para recreação dos alunos. O espaço é em chão batido. "Perdi as contas de quantos ofícios e relatórios fizemos e enviamos para a 14ª GRE e para a própria Seduc. Eles dizem que vão mandar as carteiras, vão construir mais salas, mas há 50 anos a escola continua sem nenhum investimento estrutural", afirma Ângela. "Não temos verba para bancar as construções nem compra de carteiras, pois nossos alunos são muito carentes e damos do caderno ao chinelo para eles virem estudar".
Fonte: Alinjy Gama - UOL/http://educacao.uol.com.br/
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