Os britânicos ficaram tão indignados com a proposta de aumento de 10% no salário dos parlamentares, que foi impossível achar um político que defendesse publicamente a proposta.
O aumento de salários dos parlamentares gera protestos na Grã-Bretanha. Mas lá, quem não quer o reajuste são os próprios políticos.
Os parlamentares britânicos vão para o trabalho em cada carrão. Eles não ganham mal, o equivalente a R$ 19 mil por mês, mas não é o suficiente para bancar esse luxo.
A explicação é que muitos já eram ricos antes de entrar no Parlamento, ou mantêm atividades paralelas. Além disso, têm a verba de representação, que já provocou um escândalo há quatro anos, quando os contribuintes britânicos descobriram que pagavam por regalias como limpeza de piscina, comida para cachorro e até aluguel de filmes pornô. Por causa desse episodio, foi criado um órgão independente para controlar todas as despesas do Parlamento.
Agora esse órgão propôs um aumento de 10% no salário dos parlamentares. Para compensar, os políticos abririam mão de benefícios, como pagamento de jantar em sessões que entram pela noite. Em um momento em que o país atravessa sérios problemas econômicos, a proposta pegou muito mal.
‘Escandaloso’. ‘Revoltante’. Os britânicos ficaram tão indignados que foi impossível achar um político que defendesse publicamente a proposta. O líder da oposição, Ed Miliband, disse que os parlamentares não deveriam ter aumento, quando enfermeiras e professores estão com seus salários congelados ou tem reajustes muito pequenos.
Um porta-voz do governo disse que o custo com os políticos deveria cair e não subir. A proposta vai ser encaminhada para consulta pública, mas não entra em vigor antes de 2015. A decisão não cabe aos parlamentares, que precisariam mudar a lei para impedir o aumento. Mas muitos afirmaram que, se ele vier, vão doar a diferença para obras de caridade.
Fonte: Jornal Nacional
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