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sábado, 13 de julho de 2013

NÃO HOUVE CRIME NOS BOATOS SOBRE O BOLSA FAMÍLIA, DIZ PF.

A Polícia Federal concluiu que não houve crime na onda de boatos que provocou pânico entre beneficiários do Bolsa Família em maio, contrariando a versão inicial do governo, que sugeriu a existência de uma ação orquestrada por trás dos rumores.
Após quase dois meses de investigação sobre a origem dos boatos, a PF concluiu que eles surgiram de forma “espontânea” e foram “fruto de um conjunto de fatores desassociados”, de acordo com o relatório final do inquérito.O investigadores só apontaram dois fatores como explicação para os boatos: mudanças feitas pela Caixa Econômica Federal na escala de pagamentos do Bolsa Família e mudanças feitas pelas prefeituras nos cadastros dos beneficiários do programa.
A onda de boatos ocorrida em maio levou milhares de pessoas em todo o país a sacar o benefício ao mesmo tempo. Sem dinheiro para todo mundo, algumas agências da Caixa foram depredadas.
Como a Folha revelou, um dia antes de o tumulto começar em maio, a Caixa antecipou o pagamento do benefício sem avisar ninguém, alterando o calendário habitual e liberando de uma vez só o dinheiro dos beneficiários.
A cúpula da Caixa, que inicialmente omitiu a informação de que havia feito a mudança, só reconheceu publicamente que ela ocorrera após a revelação pela Folha.
A PF concluiu que a antecipação do pagamento foi uma decisão da Caixa, que não avisou previamente os beneficiários. A Caixa informou ontem que não comentaria o desfecho do inquérito.
A polícia não identificou nenhum indício de crime nem a intenção de causar qualquer dano à União. Por isso, nenhuma pessoa foi indiciada ou responsabilizada.
Segundo a PF, a investigação aponta que “o boato foi espontâneo” e não há como afirmar “que apenas uma pessoa ou grupo tenha causado” os tumultos de maio.
A polícia ouviu 181 beneficiários e 64 gerentes da CEF em 11 Estados. Também analisou imagens das multidões que foram às agências sacar o dinheiro do Bolsa Família.
Três dias depois do início da corrida às agências da Caixa, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que “evidentemente houve uma ação de muita sintonia em muitos pontos do território nacional, o que pode ensejar a avaliação de que alguém quis fazer isso deliberadamente, planejadamente, articuladamente”. A presidente Dilma Rousseff afirmou que era “absurdamente desumano o autor desse boato. E é criminoso também”.
Já a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, escreveu em 20 de maio, no microblog Twitter, que a confusão era resultado “da central de boato da oposição”.
INTERNET
A PF constatou que as primeiras cidades em que foi verificado um aumento anormal no volume de saques foram Ipu (CE) e Cajazeiras (PB), em 18 de maio, um dia depois da antecipação dos pagamentos pela Caixa.
Uma mensagem publicada no Facebook pela filha de uma beneficiária de Cajazeiras foi identificada pela PF como primeira notícia sobre o assunto na internet. Mas a polícia diz que essa não foi a única origem dos rumores.
“A internet e as redes sociais apenas reproduziram notícias veiculadas pela imprensa sobre os tumultos em agências bancárias”, diz a PF.
Foram identificados quatro tipos diferentes de boatos que provocaram tumultos e aumento dos saques: fim do programa, pagamento extra por causa de enchente no Rio Negro ou seca no Nordeste, além de bônus por causa do Dia das Mães e cancelamento de três meses do benefício.
Os investigadores também afirmam que não houve uso de empresas de telemarketing ou de rádios comunitárias para propagar falsas notícias, hipóteses consideradas no início das investigações.
O Bolsa Família paga benefícios mensais a 13,8 milhões de famílias pobres e é o maior programa social do governo.

Fonte: Folha de São Paulo/Fator RRH

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