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quinta-feira, 9 de maio de 2013

EX-CRÍTICO DO PT E DE DILMA, AFIF TOMA POSSE COMO MINISTRO DA MICRO E PEQUENA EMPRESA.


A posse do empresário e vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, como ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa em cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília, nesta quinta-feira (9), marca a inclusão do PSD na base aliada do governo Dilma Rousseff.
Com passagens por PDS, PL (atual PR) e PFL (atual DEM), Afif ajudou o ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab a criar, em 2011, o PSD (Partido Social Democrático). A legenda nasceu para ser um partido que não seria "de direita, de esquerda nem de centro" e que teria "independência" nas votações no Congresso Nacional.
A entrada da quarta maior bancada da Câmara dos Deputados à base aliada do governo Dilma foi comemorada pelo ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. "Afif é muito bem-vindo no governo, será recebido de braços abertos (...). Nós temos certeza de que ele fará um belíssimo trabalho, e o partido que ele representa vindo apoiar o nosso governo, ampliando a nossa base, é importante", avaliou ontem (8) em visita ao Congresso.
Com a criação oficializada no último dia 1º de abril, o 39º ministério do governo federal contará com orçamento de cerca R$ 8 milhões, 68 cargos de comissão e terá como responsabilidade chefiar as políticas públicas ligadas às micro e pequena empresas, que eram exercidas anteriormente pelo Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).
A escolha de Afif conseguiu conciliar a questão político-partidária de inclusão do PSD no rol dos ministros e o perfil técnico para a função. Afif já presidiu a Associação Comercial de São Paulo por duas vezes e o conselho do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) na década de 1990.
No meio político, foi secretário estadual de Agricultura e Abastecimento (1980-1982) e secretário estadual de Emprego e Relações do Trabalho (2007-2010), além de deputado constituinte. Integrou o grupo político de Paulo Maluf (PP-SP), atual deputado federal e ex-prefeito de São Paulo, que de oposição ao PT também passou a compor a base aliada. Em 1989, foi candidato do PL à Presidência da República, mas perdeu para o posto para o atual senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL). Na última eleição de 2010, foi eleito vice-governador na chapa do tucano Geraldo Alckmin (PSDB) para governar o Estado de São Paulo.
Em nota, Alckmin elogiou a escolha de Dilma oficializada no início da semana. "Com uma trajetória destacada na defesa e na valorização do empreendedorismo e das micro e pequenas empresas, Guilherme Afif Domingos vinha presidindo com excelência o Conselho Gestor das Parcerias Público-Privadas do Estado de São Paulo. Com o convite, São Paulo dá hoje mais uma contribuição para o Brasil. E, a serviço do Brasil, nosso vice-governador haverá de fazer ainda mais por São Paulo", avaliou.
Afif também em nota afirmou que recebeu "com entusiasmo essa missão, pela importância que tem o segmento na geração de emprego e distribuição de renda".
Já a presidente Dilma aproveitou evento em São Paulo para homenagear o novo integrante de seu governo. "Quero aproveitar esta cerimônia para escolher homenagear um de vocês. Homenagear um brasileiro que colocou na pauta do país, na nossa pauta, o apoio às micro e pequenas empresas, fazendo com que reconhecêssemos que essa é uma questão estratégica e é uma questão imprescindível para o futuro e para o presente do país. Eu me refiro aqui ao Guilherme Afif Domingos", disse, durante cerimônia de posse das diretorias da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo) e da Associação Comercial de São Paulo.
A atual troca de afagos mútuos diverge de afirmações feitas no passado por Afif. Em 2009, ele chamou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), um dos principais programas do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, de "Plano de Abuso da Credulidade".
Na mesma ocasião, Afif chegou a afirmar que a então ministra Dilma Rousseff não tinha "biografia política para comandar um país". "É a mesma coisa que você entregar um Boeing para quem nunca pilotou um teco-teco", comparou à época.
Ao aceitar o convite de ministro e não sair do governo de São Paulo, ele poderá criar alguns embaraços ao governo quando, por exemplo, tiver de se ausentar do ministério quando o governador de São Paulo viajar. Procurados pela reportagem para anunciar uma definição oficial, a AGU (Advocacia Geral da União) e a Comissão de Ética Pública da Presidência da República ainda não se manifestaram sobre o caso.
Na próxima reunião do colegiado da Comissão de Ética Pública da Presidência, marcada para o dia 20 de maio, os integrantes poderão analisar se há algum desrespeito à "ética" pelo acúmulo de funções. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) criticou a Presidência por ter tantos ministérios.
Segundo a assessoria de Afif no governo paulista, ele vai optar por receber o salário de ministros que, sem os descontos, é de R$ 26,7 mil no lugar dos atuais R$ 15 mil líquidos que recebe como vice-governador.
Na quarta-feira, ele ainda entregou a Alckmin uma carta na qual pede sua exoneração da presidência do Conselho Gestor das Parcerias Público-Privadas, cargo que ocupou desde julho de 2011.

Fonte: Camila Campanerut

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