O Comitê Executivo de Fruticultura do Rio Grande do Norte (Coex) confirmou o cancelamento da edição 2013 da Feira Internacional da Fruticultura Irrigada (Expofruit), prevista para acontecer entre os dias 10 e 12 de julho, em Mossoró. O motivo, exposto pelo comitê, é o longo período de estiagem enfrentado pela região do Estado. A decisão, segundo presidente interino do Coex, Luiz Carlos Barcelos, foi tomada de forma conjunta.
"Foi uma decisão triste, complicada e muito difícil de ser tomada, até porque o lançamento já havia sido feito. No entanto, o setor está forte, unido e coeso nessa decisão. Depois de dois anos de estiagem, não choveu nem um terço do esperado para o período, não sabemos quanto de água tem para sustentar o plantio, muito menos a qualidade dessa água. Dessa forma, não tem como expandir as áreas de plantação", explica o empresário.
Segundo o Coex, a feira não iria cumprir com os seus objetivos. "O objetivo principal do evento é justamente que sejam ampliados os negócios. No entanto, os produtores não teriam como arcar com as vendas. O investimento da feira é da ordem de R$ 500 mil. Vários órgãos públicos patrocinam o evento e não seria justo empregar esses valores nesse momento. É melhor que se utilizem esses recursos para amenizar os efeitos da seca", destaca.
O Coex também levantou a possibilidade da periodicidade da feira vir a ser bienal. "No próximo ano, poderemos fazer um evento maior, com um investimento mais forte. Até lá, esperamos que os problemas da seca estejam superados e as áreas de plantação sejam expandidos. O evento, inclusive, poderá se tornar bienal", afirma Luiz Carlos Barcelos.
Cerca de 60% dos estandes já haviam sido vendidos e os recursos serão devolvidos. "Inclusive vamos ter que arcar com alguns gastos como o do lançamento. No entanto, é melhor ter os prejuízos agora", explica.
O presidente do Coex confirma que alguns poços já secaram e os produtores estão tendo dificuldade com a quantidade de água. "As chuvas não foram suficientes para a reposição. Estamos também com dificuldades pelo aumento de sal na água. Estamos pleiteando, junto ao Governo Federal, que seja feito um estudo do aquífero da região porque não se sabe o quanto é bombeado e o que é recolocado", comenta.
A decisão de cancelar a edição 2013 da Expofruit pegou alguns produtores de surpresa. "Fui informado porque liguei para o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e recebi a confirmação. Vamos ter prejuízo porque é a única forma de reunir produtores, fornecedores e compradores", afirma o fruticultor Ubiratan Carvalho.
"Na Expofruit eu consegui ótimos clientes, inclusive do exterior, porque era uma oportunidade para ampliar a rede de negócios. É uma notícia muito triste que afeta, principalmente os pequenos produtores. Os grandes produtores já têm sua rede de negócios e deve ser pouco influenciado. No entanto, para os menores, com certeza, terá muito impacto", esclarece.
Feira atende à demanda do setor frutícola do grande polo produtor do RN.
A Expofruit vinha sendo realizada há 12 anos e atende à demanda do setor frutícola do grande polo produtor do Rio Grande do Norte no Baixo-Assú, Mossoró e Chapada do Apodi e no Ceará, no Vale do Jaguaribe.
Nessas regiões, a atividade movimenta um montante de 150 milhões de dólares/ano/safra, gerando empregos na ordem de 120 mil postos de trabalho diretos e indiretos.
O setor da fruticultura tem como carro-chefe o melão, que, com seis variedades cultivadas, responde por 80% desse volume, tornando a região um núcleo economicamente aquecido. O produto também tem destaque no evento.
Anualmente, a feira reúne produtores, importadores, exportadores, distribuidores, fornecedores e delegações de países como: França, Itália, Alemanha, Espanha, Holanda, República Tcheca, Bélgica, Noruega, Rússia, entre outros.
Fonte: O Mossoroense
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