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terça-feira, 14 de maio de 2013

ALUNOS DA REDE PÚBLICA E PRIVADA DO RN CONVERSAM COM ESCRITORES LOCAIS DO SELO JOVENS ESCRIBAS.

A terceira edição do projeto Encontro com o Autor teve início nesta segunda-feira (13), com um bate papo entre escritores e alunos da Escola Estadual Castro Alves. Idealizado pelo selo Jovens Escribas, com apoio do Serviço Social do Comércio (Sesc) e da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande do Norte (Fecomércio), o evento objetiva mostrar aos adolescentes da rede pública e particular que a leitura pode ser uma das atividades mais divertidas, em tempo de Facebook, Instagram e Shoppings Center. Estudantes do Ensino Médio terão três etapas, que envolvem textos introdutórios apresentados em sala de aula, contato com autores e a doação de livros, para fechar um ciclo que pode germinar futuros leitores.
Um dos sócios-diretores do Jovens Escribas, o também escritor e publicitário Carlos Fialho destaca a importância do Encontro. “Percebemos que existiam eventos voltados para o livro e para o autor, mas não para os leitores. Vimos que isso tinha muito a ver com nosso trabalho e que esse vácuo poderia ser preenchido. Recebemos [Jovens Escribas] muito da sociedade e queríamos retribuir com a geração de conhecimento e contribuir para uma sociedade melhor no futuro”. Com mais de 40 livros lançados, o selo que ele administra virou referência na cena literária local.
Amigos e pessoas que atuam na área de educação e cultura ajudaram na escolha das escolas que receberão o Encontro com o Autor no decorrer da semana. “Mas uma coisa que todas precisam ter é o envolvimento do professor para trabalhar os textos que enviamos em sala de aula”. Além do apuro de uma sociedade, a leitura movimenta uma indústria cultural bilionária, em todo o mundo. “Também por isso estamos aqui. Se de uma turma com vinte alunos, nós conseguirmos ajudar na formação de dois ou três leitores, já ganharemos muito” – enquanto se discute a implantação da seção potiguar do Plano Nacional do Livro e da Leitura, a Fundação Pró-Livro divulga uma pesquisa que revela queda de 9,1%, nos últimos quatro anos, no número de brasileiros que sustentam o hábito.
Coordenadora pedagógica da Escola Castro Alves, Miriam Farkat fala da biblioteca e da ação dos Jovens Escribas em sua instituição. “Temos ótima bibliotecária e um bom acervo, em se tratando de uma escola estadual. Mas a estrutura física está sem condições de oferecer um bom serviço para os alunos. Falta investimento no prédio e nos professores que, em sua maioria, precisam ter essa nova visão quanto à leitura. Por isso, quando escritores ainda jovens veem aqui conversar com os meninos e meninas, sentimos uma grande satisfação”. Custo baixo, interesse alto é a fórmula do Encontro com o Autor – nomes como Pablo Capistrano e Clotilde Tavares circularão por escolas e universidades até a próxima sexta-feira em eventos gratuitos.
Animada com as brincadeiras dos palestrantes, Glenda Stefany, aluna do 2º ano do Ensino Médio, revela predileção por Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade, ainda que autores estrangeiros, como Nicholas Sparks, estejam em sua prateleira. No dia em que completou 15 anos, ela surpreendeu a mãe ao pedir livros, em vez de festas ou presentes convencionais. “Ela foi comigo em uma livraria e comprou o que eu quis. Acho que foram uns quinze. Livro é a única coisa que um pai, se tiver condições, não nega para um filho. Por que ele sabe que é uma coisa que só fará bem. Eu antes tinha um jeito diferente de me expressar, de entender as coisas. Depois que comecei a ler, tudo mudou. Poucas palavras são estranhas e meu entendimento da vida é outro”.

Fonte: Jornal de Hoje

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