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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

SOCIÓLOGO DEFENDE JORNALISMO EM PROL DA DEMOCRACIA.

À medida que os jornalistas americanos tentam descobrir como solucionar os problemas econômicos nascidos com a revolução digital, devem também refletir sobre o que noticiam e o que deveriam noticiar, defende o sociólogo Herbert J. Gans. Nascido na Alemanha, Gans vive nos EUA desde a década de 40 e é um dos mais prolíficos sociólogos do país. Em 1979, depois de anos observando redações e jornalistas, publicou o livro Deciding What’s News: A Study of CBS Evening News, NBC Nightly News, Newsweek and Time [Decidindo o que é notícia: um estudo do CBS Evening News, NBC Nightly News, Newsweek e Time].
Neste artigo publicado no Nieman Journalism Lab, da Universidade Harvard, Gans argumenta que os jornalistas devem repensar sua forma de trabalho para servir às necessidades da democracia do século 21. Ele defende que novas ideias sobre como cobrir a política americana ajudariam os veículos jornalísticos a encontrar novas fontes de financiamento.
Estas novas ideias, diz, podem ter início com uma melhor compreensão do jornalismo como um sistema de alerta, de confiança e de prevenção de pânico. Quando informa uma notícia ruim, a mídia imediatamente sugere à população que o resto dos aspectos sociais, físicos, políticos e econômicos estão fora de perigo. Sem este processo, seria formado um vácuo de informação – rapidamente preenchido por boatos e especulações – que criaria uma onda de pânico e caos. “Sabendo ou não, a mídia protege o país, incluindo suas instituições democráticas, deste caos”, resume Gans.
As outras contribuições da mídia para a democracia são mais modestas, afirma o sociólogo. Ele cita a cobertura política, geralmente limitada às decisões, ações e discursos de políticos eleitos, e que presta pouca atenção aos processos que acontecem em segundo plano. “Raramente reportam diretamente sobre os problemas e perigos da democracia americana”. A discussão mais profunda das causas e soluções dos problemas da democracia é normalmente deixada para comentaristas e colunistas, mas aquilo que falam ou escrevem é definido como “opinião”.

Fonte: Observatório da Imprensa
Tradução e edição: Leticia Nunes. Sobre artigo de Herbert J. Gans

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