PACIENTES EM MACAS LOTAM OS CORREDORES DO MAIOR HOSPITAL PÚBLICO DO RIO GRANDE DO NORTE.
O governo do Rio Grande do Norte decretou, há seis meses, calamidade pública para resolver o caos na saúde do estado. A vigência do decreto terminou ontem e os problemas continuam.
No maior hospital do estado, o Walfredo Gurgel, 27 pessoas aguardam por um leito na unidade de terapia intensiva. Também faltam equipamentos. Dois pacientes dividem um monitor cardíaco.
"As famílias se desesperam porque o paciente não está num canto adequado e vão atrás de ordens judiciais. Eu fico aqui no desespero tentando conseguir leito de UTI mas, infelizmente, nossas UTIs estão lotadas”, afirma Fátima Pereira Pinheiro, diretora do Hospital Walfredo Gurgel.
No corredor, macas por todos os lados, dor e uma longa espera. "Faz 12 dias hoje, desde o Natal. Sei nem o que é Natal nem ano novo aqui dentro. Só sentindo dor no tornozelo aí direto", conta Rudson Silva, paciente.
"O banheiro ali deu prego, eles faz xixi no chão, não tem água no banheiro”, diz Francisca Santiago, acompanhante de paciente.
Nos seis meses de vigência do decreto de estado de calamidade na saúde pública do Rio Grande do Norte foram abertas 65 vagas em dois hospitais da capital. Elas deveriam dar suporte e esvaziar os corredores do Walfredo Gurgel, que tem o maior pronto-socorro do estado. Mas não foi o que ocorreu.
O pronto-socorro do hospital da zona norte de Natal foi inaugurado, mas ainda faltam médicos e enfermeiros. Na enfermaria, os aparelhos de ar condicionado estão quebrados.
“Infelizmente o Walfredo Gurgel ainda está com esta crise e nós vamos ter que continuar insistindo e aguardando os novos leitos, que é da ordem de 108 novos leitos, que estão sendo estruturados nos mais diversos hospitais de Natal através de reformas, e 58 de UTIs estejam realmente pronto, em condição de uso para que a gente possa ter desafogado o Walfredo, declara Rosalba Ciarlini, DEM, Governadora – RN.
Soluções que médicos, pacientes e acompanhantes aguardam ansiosamente.
“Terrível o que eu tô passando aqui. Não tem ninguém pra dizer assim: eu vou lhe dar a mão", diz dona Francisca Santiago.
Fonte: Michelle Rincón/JN
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