A oposição defendeu ontem que a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra compareça à Comissão de Viação e Transportes da Câmara para explicar a atuação no Tribunal de Contas da União (TCU) na concessão das linhas interestaduais de ônibus, a ser lançada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), em 2013. Reportagem publicada ontem pelo jornal O Estado de S.Paulo aponta que Erenice, que foi afastada da Casa Civil por denúncias de lobby no governo Lula, tem tratado de negócios públicos com ministros do TCU.
Na avaliação dos oposicionistas, a ex-ministra está sob suspeita de fazer lobby e praticar tráfico de influência. Na segunda-feira (22), o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), encaminha ofício aos ministros do TCU que se reuniram com Erenice, pedindo explicações sobre os motivos dos encontros e quais foram as demandas da ex-ministra. Bueno também vai enviar requerimento de informações ao ministério dos Transportes, ao qual a ANTT é ligada, perguntando sobre a atuação da ex-ministra junto à agência e em que pé está o processo de concessão de linhas interestaduais de ônibus.
"Essa movimentação dela é algo que fere a ética e precisa ser esclarecido", disse Bueno. Ao defender a regulamentação do lobby, o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), argumentou que o TCU tem de dar explicações sobre a atuação de Erenice no Tribunal. "Ela tem de explicar o que estava fazendo lá e quem são seus clientes. O que ela está fazendo é, no mínimo, imoral. É tráfico de influência", afirmou
Governo
Como não tem cargo público, a ex-ministra não pode ser convocada para ir à Câmara. "Ela só pode ser convidada", observou o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR). "Mas essa atuação dela é condenável e deixa mal o governo", completou. O DEM também é favorável à presença da ex-ministra na Comissão de Transportes da Câmara. "É importante que ela (Erenice) seja convidada para dar esclarecimentos sobre esse episódio na Comissão de Transportes", disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
Enquanto a oposição quer que a ex-ministra se explique, o líder do PT na Câmara, Jilmar Tatto (SP), não vê problemas na atuação de Erenice junto ao TCU. "Ela não pode advogar agora? Era só o que faltava", disse o petista. "Não vejo nenhum problema; ela está no direito de exercer a profissão", afirmou. "Se quiserem convocá-la para vir ao Congresso, vai parecer perseguição política", ironizou.
Fonte: Tribuna do Norte/Agência Estado
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