Protesto é por falta de proposta do governo às reivindicações, diz sindicato.
Postos da Oceania, Ásia e Europa aderiram; emissão de visto está suspensa.
Funcionários do Itamaraty paralisaram as atividades, nesta quarta-feira (22), em protesto por não terem participado das rodadas de negociação sobre reajuste salarial no Ministério do Planejamento. Segundo o Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty), a falta de contraproposta por parte do Planejamento motivou o retorno à greve. O Itamaraty ainda não se pronunciou sobre a paralisação.
Em junho, os funcionários do Itamaraty já haviam aprovado greve, por tempo indeterminado, em assembleia com 300 servidores. Os trabalhadores, no entanto, retomaram as atividades.
Em nota divulgada na terça-feira (21), o Sinditamaraty informou que a paralisação afetará todos os serviços prestados pelo Itamaraty no Brasil e no exterior, incluindo a emissão de passaportes e vistos. Assistentes de chancelaria, diplomatas e oficiais de chancelaria são as categorias que estão sem trabalhar.
O governo estima em 70 mil o número de servidores - de diversas áreas - em greve no país. Segundo os sindicatos das categorias, 350 mil servidores federais paralisaram as atividades. De acordo com o Ministério do Planejamento, há 582,4 mil servidores ativos no Poder Executivo.
Postos e serviços afetados
O sindicato informou que, até a manhã desta quarta-feira, 19 postos já haviam aderido à paralisação, entre eles unidades localizadas na Oceania, Ásia e Europa. Os serviços suspensos são os de emissão de vistos, passaportes, certidão de casamento, nascimento e óbito.
Estão parados até o momento os seguintes postos: Consulado do Brasil em Beirute (Líbano), Embaixada do Brasil em Damasco (Síria), Consulado do Brasil em Roma (Itália), Delegação do Brasil da FAO em Roma (Itália), Consulado do Brasil em Mendoza (Argentina), Embaixada na Bulgária, Consulado do Brasil em Sidney (Austrália), Embaixada em Tel Aviv (Israel), Embaixada em Beirute (Líbano), Embaixada em Nova Deli (Índia), Consulado do Brasil em Madrid (Espanha), Consulado do Brasil em Barcelona (Espanha), Consulado em Porto (Portugal), Embaixada em Bruxelas (Bélgica), Embaixada em Londres (Inglaterra), Consulado em Frankfurt (Alemanha), Embaixada em Abuja (Nigéria), Embaixada em Buenos Aires (Argentina) e Consulado em Ciudad del Este (Paraguai).
Segundo a assessoria de imprensa da Embaixada do Brasil na Itália, a volta à greve não afetou e não deve afetar os serviços em agosto porque o mês é um período de férias na Europa e o órgão tem demanda reduzida.
Segundo o Sinditamaraty, ainda não há informação de quantos servidores vão aderir à greve. Na greve realizada em junho deste ano, 130 repartições brasileiras do exterior pararam suas atividades em protesto.
Reivindicações
De acordo com o Sinditamaraty, a categoria pede, entre outras coisas, equiparação salarial de assistentes e oficiais de chancelaria a carreiras correlatas. O salário inicial de um oficial de chancelaria é de R$ 6.299 e de um técnico de inteligência da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), carreira correlata, de R$ 11.941, segundo o sindicato.
Já um assistente de chancelaria recebe R$ 3.134 e sua carreira correlata na Abin, R$ 4.914.
O salário dos diplomatas (R$ 12.962) já está equiparado ao de oficial de inteligência da Abin.
A revisão salarial, segundo o sindicato, é para "recompor perdas dos últimos 25 anos, além da valorização das atividades exercidas pela categoria, com garantias efetivas e equivalentes às dadas para as demais carreiras consideradas típicas de Estado".
Corte do ponto
O Ministério do Planejamento divulgou na noite de terça-feira o corte do ponto de 11.495 servidores públicos federais em greve. De acordo com o ministério, eles sofrerão o desconto dos dias parados no salário de agosto, a ser pago a partir de 1º de setembro. Na folha salarial de julho (pagamento em agosto), os descontos atingiram 1.972 grevistas.
De acordo com a assessoria do Planejamento, o corte do ponto de professores universitários que aderiram à greve será decidido pelas direções das universidades federais, que têm autonomia para isso.
Fonte: G1
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