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terça-feira, 10 de abril de 2012

PARA GURGEL, PSD NÃO TEM DIREITO A FATIA PROPORCIONAL DO FUNDO PARTIDÁRIO.

Sigla pediu nova divisão pelo tamanho de sua bancada na Câmara.
Decisão sobre rateio do dinheiro e tempo de TV será proferida pelo TSE.


O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, enviou nesta segunda-feira (9) parecer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em que opina contra o pedido do PSD para ter direito a uma parcela do fundo partidário proporcional a sua bancada na Câmara.
A sigla foi criada em setembro do ano passado e conta hoje com 55 deputados federais (47 em exercício) e argumenta que tem direito ao rateio proporcional. O partido argumenta que, juntos, seus parlamentares tiveram mais de 4,6 milhões de votos nas eleições de 2010.
Para o procurador, o partido não tem direito à fatia proporcional porque, na época, os deputados foram eleitos por outras legendas. Gurgel diz que a legislação só libera a fatia proporcional aos partidos que disputaram regularmente as eleições gerais e tiveram resultado final apurado pela Justiça Eleitoral.
"A representação [partidária] aqui, para efeito do direito pleiteado, é aquela decorrente da disputa eleitoral, da qual haja o partido participado regularmente. A despeito de constituir a terceira maior bancada, o Partido Social Democrático ainda não se submeteu ao teste das urnas", disse o procurador-geral.
A decisão será tomada pelo plenário do TSE, que também vai analisar se a divisão proporcional à quantidade de votos será aplicada também ao tempo de propaganda eleitoral no rádio e na televisão.
O fundo partidário é formado com recursos recebidos de multas, doações e com repasses da União. A menor parte do dinheiro (5%) é distribuída de forma igual entre os partidos. Outros 95% são divididos na proporção dos votos obtidos pelas legendas que participaram da última eleição.
A Assessoria de Planejamento, Estratégia e Gestão do TSE elaborou uma tabela que identifica as legendas que poderão ter os percentuais de participação no Fundo alterados, caso o PSD entre na divisão, e opinou pela participação da nova sigla no rateio.
"Preocupado, mas confiante"
Ao saber do parecer do procurador-geral, o líder do PSD na Câmara, deputado Guilherme Campos (PSD-SP), disse que o partido respeita a posição, mas vai esperar a decisão do TSE sobre o assunto. Segundo Campos, o partido está "preocupado, mas confiante".
"Nós estamos aguardando com muita expectativa e muita confiança na viabilidade do nosso pleito, já que o partido nasceu sob as luzes da lei e agora não pode ser cerceado nos seus direitos", disse Campos.
Ele descartou, entretanto, que uma possível derrota no TSE possa surpreender os parlamentares que deixaram seus partidos para integrar o PSD. "Quando criamos o partido, nós trabalhamos com o cenário mais pessimista, e quem veio já veio sabendo desta possibilidade", disse ele.
Já o líder do Democratas na Câmara dos Deputados, ACM Neto (DEM-BA), comemorou o parecer de Gurgel. O partido foi um dos mais afetados pela criação do PSD - 19 dos 43 deputados do partido que tomaram posse em 2011 migraram para a legenda fundada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, ele mesmo um ex-DEM.
"É uma derrota da infidelidade partidária, daqueles que queriam comprometer toda a estrutura partidária do Brasil", disse ACM Neto sobre o parecer de Gurgel. "É a primeira manifestação oficial que reforça que o que determina este direito é a vontade do eleitor manifestada nas urnas."

Fonte: Débora Santos e Marcelo Parreira/G1

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